Ritmo típico brasileiro tem suas origens no continente africano
Georgia
Gomide
Foi
no estado da Bahia no século 19 que a mistura de ritmos feita pelos escravos
deu origem ao samba. Porém, foi com a chegada dos negros no Rio de Janeiro que
o estilo musical começou a se desenvolver. A história do samba começa na Pedra
do Sal, quando um grupo de baianos recém-chegados se instalam próximo ao Cais
do Porto no bairro da Saúde. Lá, o preço da moradia era mais em conta para os
homens que trabalhavam como estivadores.
Atualmente,
o samba é um dos principais símbolos da cultura brasileira. Reconhecido ao
redor do mundo e tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade, a realidade
do estilo musical nem sempre foi assim. Como o samba era ligado à cultura
negra, tinha uma imagem pejorativa na sociedade. Quem fosse visto batucando ou
cantando o ritmo era perseguido e poderia acabar sendo preso. Foi a partir do
início dos anos 40 que o samba passou a ser valorizado. O presidente Getúlio
Vargas contribuiu para que o ritmo fosse visto como símbolo nacional.
A
origem do nome samba possui diversas hipóteses. Alguns registros históricos
afirmam que o termo originou da palavra árabe “zamba” que teria surgido após a
invasão moura à Península Ibérica no século VIII. Outra hipótese diz que o termo
sugira de um idioma africano, o quimbundo. Segundo esta versão, "sam"
significa "dar", e "ba". Ainda há uma versão que diz que a
palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada.
“No
Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de umbigada,
palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola ou Congo, de onde
vieram a maior parte dos escravos para o Brasil”, afirma a historiadora Vera
Pescarini.
Independente da versão correta, o
samba continua encantando. Todas as segundas-feiras, o local do nascimento
desse ritmo tipicamente brasileiro é homenageado com uma roda de samba. A
partir das 18 horas, a Pedra do Sal vira
ponto de encontro dos amantes do samba. “Aqui vem gente de todos os tipos,
trabalhadores da região, gringo e a playboyzada
da Zona Sul”, declara com satisfação Douglas Nunes, um vendedor ambulante.
De
fato o espaço onde acontece a roda é bastante democrático. Além de atrair
pessoas de todos os tipos, qualquer músico pode levar seu instrumento e começar
a tocar. É muito comum também o público se juntar aos músicos para
cantar suas próprias composições. Tudo na base do improviso e do som acústico.
A aglomeração de pessoas cantando o principal ritmo brasileiro atrai inúmeros
vendedores ambulantes que instalam suas barracas para vender petiscos. Mas como
o evento ocorre às segundas-feiras, o programa não costuma se estender além das
23 horas. E para os amantes do samba não tem tempo ruim. Caso chova, o programa
continua de pé já que a organização instala um toldo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário