A cidade se transforma mais uma vez. Na região do Valongo e seus arredores, no Centro do Rio de Janeiro, vemos antigos armazéns sendo restaurados e ganhando novas funções. Agora são boates, lojas comerciais, casas de festas. Deparamos com antigo cais, canhões esquecidos e recuperados em escavações. Quanta surpresa nos traz a casa de Mercedes. Ela descobriu no chão da sala parte do maior cemitério negro das Américas e que agora abriga o Instituto dos Pretos Novos (IPN). Arqueólogos do Museu Nacional estudam os objetos singelos usados pelos escravos assim que chegaram no Brasil. Foram entre 500 mil a 1 milhão que pisaram no Valongo com seus cachimbos, brincos e contas de diferentes cores. Das profundezas da terra à perplexidade do nosso olhar.
Há beleza nos Jardins Suspensos do Valongo, da Belle Époque, que voltou a florir. Há música no largo da Pedra do Sal. Quantos sambas nasceram ali no século passado e hoje são cantados novamente pelos jovens? Muito além da propaganda oficial, os alunos de edição de jornalismo da PUC-Rio se lançam na aventura de desvendar o passado do Morro da Conceição, seus moradores e artistas. Imaginam as várias cidades e as marcas deixadas pelo tempo. Será que o Porto Maravilha vai expulsar os moradores mais humildes? Os cariocas vão querer
conhecer o seu passado: a prisão do Aljube (onde ficava exatamente?), o pelourinho, o forte? Vamos tentar responder a essas perguntas aos poucos, publicando os textos e as fotos feitas por duas turmas da PUC-Rio.
Eu me esqueci de dizer quem eu era: lá vai. Sou a professora Rose Esquenazi. Estou esperando os textos dos alunos, mas, enquanto isso, vou postando mais histórias desse lugar maravilhoso, que renasce para o nosso deleite.
ResponderExcluirProfessora, acredito que a prisão do Aljube, que mais tarde daria local para a cadeia comum, como o Cemitério dos Pretos Novos, está na zona do bairro da Saúde, no Morro da Babilônia. Confere?
ResponderExcluirFrancisco Vaz